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Para que existe o trabalho?
Qual sua importância?
Como se modificou ao longo do tempo?
Pensar historicamente a questão do trabalho é pensar como essa atividade humana se desenvolveu e se organizou nas diferentes sociedades.
Genericamente, o trabalho existe para satisfazer as necessidades humanas, desde as mais simples, como alimento e abrigo, até as mais complexas, como lazer e crença; enfim, atende necessidades físicas e espirituais. A satisfação dessas necessidades varia conforme as pessoas se organizam em sociedade e de seus valores em relação ao trabalho.
A idéia de trabalho como algo separado das outras atividades é algo que não existe nas sociedades tribais. Isso porque as atividades vinculadas à produção, nessas sociedades, estão associadas aos ritos e mitos, ao sistema de parentesco, às festas, às artes, enfim, a toda a vida social, econômica, política e religiosa. O trabalho não tem um valor em si (tipo: “O trabalho dignifica o homem”), separado das outras coisas. Ele só pode ser entendido se for encarado como fazendo parte do conjunto de atividades que constituem essas sociedades como tais.
O fato de se dedicar menos tempo às tarefas vinculadas à produção não significa, portanto, que se tenha uma vida de privações. Ao contrário, essas sociedades viviam muito bem alimentadas e em plena vitalidade de seus membros. Pelo ao menos, antes do contato com o “mundo civilizado”.
O modo como se relacionavam com a natureza explica o fato de trabalharem muito menos que nós. A terra, além de lugar de moradia, tinha valor cultural pois recebiam “aquilo de que necessitam”. Há também um profundo conhecimento do meio em que vivem, conhecem as plantas e animais, como crescem e se reproduzem, em que épocas e o que pode ser utilizado como alimento, nos ritos ou para cura.
Nas sociedades tribais, o trabalho está relacionado a outros elementos e com todo o meio ambiente. Não se encontra presente a idéia de que se deve produzir mais para poupar ou