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1.1. CONCEITO
Pode-se entender a arqueologia, dentre tantas conceituações possíveis, como o estudo do passado do homem através de restos materiais de suas atividades.
Há duas considerações distintas, em decorrência do ní- vel cultural dos grupos humanos, para a arqueologia. Para o estudo de povos que já dispunham de documentos escritos, a arqueologia é vista como um complemento útil, uma ilustração para os textos históricos. No caso de comunidades Pré-Históricas, a arqueologia é o substituto não escrito do registro histórico autêntico.
Nas ultimas décadas, diversos fatores combinados passam a criar uma nova importância para a arqueologia.
1. O desenvolvimento de novas técnicas de datar, em especial através do carbono radioativo.
1.2. AS DATAÇÕES
I - O Carbono Quatorze (C14). Os átomos de nitrogênio da atmosfera são bombardeados por nêutrons da radiação cósmica, provocando na alta atmosfera a transmutação do azoto em radiocarbono. Resulta um carbono radioativo (C14) que se incorpora ao dióxido de carbono na atmosfera. O dióxido é absorvido pela vegetação e pelos animais, quando as plantas são comidas.
Ao morrer o animal ou planta, o dióxido contendo o carbonoFernando Lins de Carvalho
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radioativo vai diminuindo em uma proporção de 50% a cada 5.570 anos. A radioatividade residual permite que se tenha a idade do vegetal ou animal resgatados em alguma camada da estratigrafia arqueológica. Os cálculos para datação tornavam-se incertos além de vinte mil anos, devido á fraqueza da irradiação e da possibilidade de contaminação. O limiar dos vinte mil anos foi transposto com a versão do C14 em acetileno, o que nos leva até setenta mil anos do presente.
II - Potássio-argônio. O potássio tem um isotopo, o potássio quarenta (K40), que se decompõe em ritmo conhecido, transformando-se em um gás inerte, o argônio quarenta (Ar40), que fica aprisionado nos cristais dos minerais potássicos. Pelo conteúdo do argônio nos minerais potássicos,