Wikileaks E Suas Pequenas Fatias Saborosas

1175 palavras 5 páginas
Do Coletivo de Tradutores VilaVudu

Meu brinde a Wikileaks
29/11/2010, Bernard Porter,
London Review of Books
, vol. 32, n. 23 ­­ http://www.lrb.co.uk/blog/2010/11/29/bernard­porter/two­cheers­for­wikileaks/ Bem, grande coisa não há. Mas, até aqui, só nos serviram pequenas fatias saborosas selecionadas pelos editores dos jornais premiados com uma prévia da coisa toda: selecionados por critérios dos jornais (em geral, os temas que renderiam as melhores manchetes, por país); e aparentemente pesadamente ‘editados’ pelos jornalistas. O que ainda esteja por vir, não sabemos. (Tentei entrar diretamente na página de Wikileaks, mas não consegui. Meu computador estará envelhecendo?
Tráfego congestionado na internet? Alguma espécie de bloqueio?
[1]
) Mas é pouco provável que se encontrem lá coisas realmente perigosas, tipo ‘top secret’, que provavelmente é material mais bem protegido.
O que mais se encontra nos WikiVazamentos, a julgar pelo que vi, são fofocas, e praticamente nenhuma novidade. As fofocas são evidentemente embaraçosas e poucos dizem sobre os assuntos ‘fofocados’: o que nos importa que o coronel Gaddafi ande pelo mundo com uma
“voluptuosa enfermeira ucraniana”?! Será verdade? Será mentira? Por outro lado, as fofocas dizem muito sobre o modo de pensar dos fofoqueiros; sobretudo quando se tem a oportunidade de examinar uma grande amostra de material redigido, por exemplo, pelos embaixadores dos EUA em Londres. Descobri esse filão quando pesquisava as cartas privadas trocadas entre o Foreign Office e vários embaixadores britânicos nos anos 1850s: as cartas acompanhavam os telegramas oficiais, mas, diferentes dos telegramas, não eram reveladas ao Parlamento. O sistema de preconceitos que se inferia daquelas cartas tornava muito mais inteligíveis as políticas britânicas, do que os argumentos ‘oficiais’ que acompanhavam, como “justificativas”, as propostas políticas.
Quanto a “já sabíamos disso”: sim, sim, muita gente sabia,

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