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3335 palavras
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O século XVIII – tempos turbulentos e seus reflexos na teologia (Wesley e a tradição evangélica)Rev. Carlos Eduardo Calvani
Para meditar:
“Religião pura e sem mancha diante de Deus, nosso Pai, é esta: socorrer os órfãos e as viúvas em aflição, e manter-se livre da corrupção do mundo”
(Tiago 1.27)
Introdução
Durante o governo puritano, ainda no século XVII alguns teólogos tentaram afastar-se das questões políticas, buscando uma compreensão mais profunda da fé. Entre estes estava um grupo que ficou conhecido como “platonistas de Cambridge” devido à sua inclinação a um misticismo de tipo neoplatônico, sempre em busca de verdades
“eternas” que prevaleceriam mesmo diante das turbulências históricas e dos tempos. É nesse grupo que se inicia o que hoje conhecemos como “Igreja larga”, ou “teólogos latitudinários”. Muitos deles eram originalmente puritanos, porém influenciados pela solidez do pensamento de Hooker, passaram a desconfiar da pretensa pureza puritana e a advogar concepções eclesiásticas mais elevadas e, até certo ponto, “místicas”. Acreditavam no diálogo e defendiam o uso da razão em todos os debates teológicos, porém, sem perderse em um racionalismo estéril. Quando aconteceu a restauração da monarquia e do episcopado, foram reconhecidos como teólogos que se mantiveram fieis em tempos difíceis. Para os latidunários, a Igreja não era apenas uma congregação local de pessoas que se reunia em torno da memória de Cristo para ler as Escrituras, praticar a disciplina e celebrar os sacramentos em obediência ao mandamento de Jesus. A Igreja era muito mais que isso. A Igreja era um grande mistério, o corpo místico e sacramental de Cristo na terra, formado não apenas por “santos” (no sentido puritano), mas por todas as pessoas batizadas em Cristo, e esse corpo estava destinado a, tal como o seu Senhor, sofrer, experimentar a morte e ressuscitar. Devido a essa concepção, no século XVIII, quando a Igreja da Inglaterra já estava