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TEXTOS
PONTO
As empresas gastam bilhões de dólares, todos os anos, em treino para a liderança. Enviam seus executivos e aspirantes a executivos para uma série de atividades de treino para a liderança - programas formais de MBA, seminários sobre liderança, encontros de fim de semana e até programas radicais de teambuilding. Elas nomeiam mentores. Estabelecem "pistas rápidas" para os indivíduos com alto potencial, para que eles possam adquirir uma variedade de "tipos certos de experiências". Argumentamos que a maior parte desses esforços para treinar líderes é, provavelmente, um desperdício de dinheiro. Baseamos a nossa argumentação na análise das premissas básicas do treino para a liderança1.
A primeira premissa é que sabemos o que é liderança. Não sabemos. Os especialistas não chegam a um acordo quanto ao facto de a liderança ser um traço, uma característica, um comportamento, um papel, um estilo ou uma capacidade. Eles não são capazes sequer de estar de acordo a respeito de os líderes fazerem mesmo a diferença quanto aos resultados da empresa. Alguns especialistas chegaram mesmo a sugerir, persuasivamente, que a liderança não passa de uma atribuição feita para explicar os sucessos e os fracassos de uma organização os quais, na verdade, acontecem por acaso. Os líderes são os indivíduos que levam crédito pelo sucesso e são culpados pelo fracasso, mas têm, na verdade, pouca influência sobre os resultados da empresa.
A segunda premissa básica é que podemos treinar as pessoas para a liderança. As evidências, aqui, não são muito encorajadoras. Parece possível ensinar as pessoas sobre liderança. Infelizmente, as descobertas indicam que não se pode ensiná-las a liderar. Existem diversas explicações possíveis. Como a personalidade é um elemento crítico para a liderança, algumas pessoas podem não possuir os traços necessários para isso. Uma segunda explicação é que não há evidências de que as pessoas possam mudar substancialmente seu estilo básico de liderança2. Uma