Vygotiski

6. O “objetivismo abstrato” de Bakhtin aparece no texto para apontar os quatro princípios relativos à conservação da linguagem dentro da desigualdade social: a língua como um sistema estável, as leis da língua como leis linguísticas específicas (objetivas a toda consciência subjetiva), a ausência de valor ideológico nas ligações linguísticas e o ato individual da fala, que explica a mudança histórica das formas da língua. Além disso, Gnerre discute a discriminação da fala nas relações de poder, onde a produção linguística mais próxima da norma é valorizada – algo muito valorizado na burguesia. O “objetivismo abstrato” de Bakhtin, é a bse conceitual da posição anti-normativa, na qual todos os dialetos têm valor igual em termos estritamente linguísticos. Depois de mostrar sua contrariedade ao assunto destacado, Gnerre enuncia a gramática normativa como um resto de épocas autoritárias, um elemento privilegiado na linha do poder absoluto. Para o autor, a continuidade de valores morais e éticos transmitida historicamente é um traço fundamental do processo de legitimação. Campanhas de alfabetização e aumento dos recursos educacionais, ao invés de democráticos e libertadores, estão muitas vezes conjugados a um processo de padronização da língua, um instrumento a mais para medir a desigualdade social.
7. Para definir a língua dos gramáticos, o autor diz que esta é um produto elaborado com a função de ser uma norma imposta sobre a diversidade.
Fazendo uma perspectiva linguística, Gnerre caracteriza o dicionário como instrumento central no processo de legitimação, e fala sobre a atuação das Academias nacionais de letras em intermediar o poder político-econômico e o conjunto de valores ideológicos associados à língua. O poder das palavras, segundo o autor, existe pelo fato de algumas demonstrarem conteúdos ideológicos com origem histórica identificável, como progresso, por exemplo. Há também o caso do filtro da comunicação de informações, onde a linguagem usada impede a