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De um lado, a Liga Muçulmana pregava a criação do Paquistão, representando os interesses dos muçulmanos do sul da Ásia. Do outro, o Congresso Nacional Indiano desejava a criação de um Estado único e laico. Além dessa contenda, ambos os partidos divergiam sobre a situação da Caxemira. Essa região, durante a dominação britânica, foi controlada por governos relativamente independentes em relação à Inglaterra.
Os marajás, desde que não interferissem nos interesses econômicos britânicos na região, poderiam controlar seus principados de maneira independente. Com o fim da dominação colonial, a Inglaterra colocou ao marajá da Caxemira a escolha de incorporar-se à Índia ou ao Estado Paquistanês. Mediante o dilema político instalado, Paquistão e Índia reivindicam o domínio da região da Caxemira ao longo dos anos.
Os paquistaneses, alegando a existência de uma maioria muçulmana na Caxemira, exigem a incorporação da região como forma de proteger a integridade e os costumes dos islâmicos ali existentes. Em contrapartida, o Estado Indiano almeja a incorporação da região para assim demonstrar que a população da Caxemira prosperaria sob o controle do governo laico indiano. Alheio a essa disputa, os marajás que controlam a Caxemira esperavam manter sues governos independentes da dominação de ambos os governos.
Com impasse estabelecido, várias revoltas e conflitos ocorreram em torno dessa região. Ao longo da segunda metade do século XX, três grandes conflitos se deflagraram. Mesmo findada a dominação imperialista na Ásia, a reorganização política dos grupos étnico-religiosos é uma delicada questão ainda sem