Visualizar para transformar
Visualizar para transformar Os especialistas em estratégia e gestão de alto desempenho Sydney Finkelstein, Charles Harvey e
Thomas Lawton analisam o reposicionamento da
Harley-Davidson como empresa arquetípica da indústria do estilo de vida à luz da ferramenta da visualização, ainda pouco utilizada
P
ara muitos, uma motocicleta Harley-Davidson é o símbolo máximo do individualismo norte-americano, e talvez por isso a empresa ocupe espaço tão importante na história cultural dos Estados Unidos. Porém, na década de 1980, ela quase abandonou a atividade depois de comprovar que, mesmo sendo um ícone nacional, perdia cada vez mais espaço para as motocicletas importadas.
Por meio de uma série de iniciativas estrategicamente coordenadas, a Harley-Davidson conseguiu revolucionar seus produtos e criar uma nova identidade na indústria chamada de “estilo de vida”. Durante o processo, a companhia revitalizou sua visão e redefiniu suas energias, melhorando a qualidade, a produtividade e as relações com os colaboradores.
Ampliou a marca para negócios afins e tornou-se líder do setor. Ao desenhar –e perseguir– uma visão que entusiasmou clientes e funcionários, voltou a ser uma das organizações mais dinâmicas dos Estados Unidos.
Como isso aconteceu? De forma simples, a empresa colocou a visão no centro do processo estratégico, criando o impulso necessário para superar as limitações do passado.
Ela pôs em prática a visualização (visioning, em inglês), também chamada de “visão pelo design”, uma ferramenta estratégica que permite libertar-se de tais restrições e que pode ser fonte de transformação.
Ao contrário do que se acredita, a visualização não é um processo mágico isolado da realidade dos negócios. Ao longo de nossa experiência com empresas de todos os setores, descobrimos que o processo funciona melhor quando se baseia no conhecimento das equipes de líderes existentes. A lição mais valiosa foi que o poder da visualização, em qualquer processo, está no