Virtudes
Chamam-se virtudes todos os hábitos constantes que levam o homem para o bem, quer como indivíduo, quer como espécie, quer pessoalmente, quer coletivamente.
É esse o conceito de virtude (de vir, homem). É a potência racional que inclina o homem à prática de operações honestas, tendentes para o bem.
Pode-se, assim, falar de virtudes morais e virtudes intelectuais. As que tendem para o bem honesto são morais, as que tendem para a verdade são as intelectuais.
1. TIPOS DE VIRTUDES
1.1 Virtudes Cardiais
A palavra cardial vem de cardo, cardiais, que, em latim, significa gonzo, em torno do qual gira a porta. As virtudes cardiais são as virtudes fundamentais em torno das quais gira o ser humano. Toda virtude é uma capacidade ou aptidão para levar avante ações adequadas ao homem. Entre as virtudes adquiridas pelo homem, estabelecem-se quatro, que são fundamentais, ou capitais, às quais estão subordinadas outras que são acessórias, ou subordinadas. Desde a antiguidade, classificou-se como virtudes cardiais: a prudência, a justiça, a fortaleza e a temperança.
A prudência é aquela virtude que permite ao entendimento reflexionar sobre os meios conducentes a um fim racional. A prudência manifesta-se, assim, de vários modos. É uma virtude intelectual. Por si só ela não é realizadora de atos morais, mas, por facilitar a escolha, ela pode guiar a vontade, a fim de que esta se dirija, após a seleção feita pelo entendimento, para aqueles fins mais benéficos ao homem. Há uma prudência (sapiência) para conduzir a si mesmo e para conduzir os outros. A prudência exige: reflexão, capacidade atencional, para examinar os juízos e as idéias, e acuidade, para descobrir os meios mais hábeis. Exige, ademais, inteligência, capacidade de resolver com clareza e segurança, de modo a alcançar as melhores soluções.
A segunda virtude é a fortaleza ou valentia. Consiste esta na capacidade de enfrentar os perigos que se oferecem à obtenção dos bens mais elevados, e entre estes