Máquina virtual é importante notar que existem duas perspectivas diferentes a serem consideradas: a de um processo e a do núcleo do sistema operacional. Sob o ponto de vista de um processo de usuário, uma máquina consiste em um espaço de endereçamento lógico onde as instruções e dados do programa residem. Os dispositivos de E/S existentes, e o tipo de acesso que se pode fazer a eles, são aqueles definidos pelo núcleo do sistema operacional e disponibilizados Virtualização: Princípios Básicos e Aplicações 47através das chamadas de sistema. A interface entre a aplicação e a máquina virtual é feita através do conjunto de instruções não-privilegiadas (user ISA) e pelas chamadas de sistema (system calls). Com uma máquina virtual de processo, uma aplicação de usuário tem a ilusão de estar executando sozinha na máquina física. Já na perspectiva do núcleo do sistema operacional, uma máquina virtual é um ambiente completo que oferece suporte de execução para várias aplicações (processos). Cabe ao núcleo do sistema operacional gerenciar a utilização dos recursos de hardware como memória, acesso a dispositivos de E/S e mesmo o processador entre os vários processos. Além disso, como visto anteriormente, o núcleo do sistema operacional ainda oferece uma visão abstrata dos recursos de hardware como, por exemplo, os meios de armazenamento através do sistema de arquivos. A interface entre o núcleo do sistema operacional e o hardware físico é feita através do conjunto de instruções (ISA) do processador. Diferentemente de um processo, que existe apenas enquanto está em execução, o núcleo do sistema operacional deve existir enquanto o sistema computacional estiver ativo. Essa constatação leva a afirmação de que uma máquina virtual de processo tem uma existência temporária enquanto que a máquina virtual de sistema é perene.
Cada uma dessas perspectivas dá origem a um tipo diferente de máquina virtual: as máquinas virtuais de processo e de sistema, que