violência e desigualdade social
Mas os casos não podem ser isolados da exploração da violência por setores da mídia - tanto de rádio, como de tevê e de imprensa escrita -, que não somente exacerbam os casos de violência, como promovem formas privadas e diretas de resposta. Como no caso em questão. Uma comentarista de extrema direita na TV não apenas defendeu a ação dos que a exerceram, como conclamou a que outros fizessem o mesmo e recomendou, aos defensores dos direitos humanos, que adotem esses jovens nas suas famílias.
Os setores conservadores sempre pedem mais polícia, mais repressão. Tem havido mais polícia e mais repressão, porém, isso só tem multiplicado a violência, piorado o clima nas prisões e incentivado ações como a desses jovens, de ações diretas e vingativas. Os programas de tevê e rádio, sob o pretexto de defender a população da violência, exploram os casos de maneira mórbida, no fundo exaltando os casos, dando-lhes dimensões muito maiores do que as que realmente têm. Por um lado, aparecem defendendo as condições de insegurança em que viveria a população e, por outro, contribuem para disseminar os casos e incentivam reações violentas.
As políticas sociais desenvolvidas em favelas do Rio de Janeiro têm diminuído a violência, o que pode ser comprovado empiricamente. Portanto, a disseminação dessas políticas, aliadas à repressão contra as gangues de narcotraficantes, tem sido o melhor caminho para a diminuição da violência e a incitação a ações de polícias paralelas. Em perspectiva, com a provável continuidade dessas políticas, se estão criando as condições da diminuição da violência, paralelamente à diminuição da desigualdade no Brasil.
http://amaivos.uol.com.br/amaivos09/noticia/noticia.asp?cod_noticia=4600&cod_canal=31