violência urbana e rural
Licinio Carpinelli Stefani
Se olharmos para a história da violência urbana e rural do nosso país muito temos a apreender. No vestibular da nação vemos a escravidão do negro trancafiado nos porões das galés e trazido para o Brasil para o trabalho servil movido a chicote nas fazendas dos coronéis. Filmes, fotos, quadros e fazendas coloniais relembram esse período. Os registros desses tristes acontecimentos estão, também, marcados com os pelourinhos assentados nas fazendas, inclusive de nosso Estado. Me surpreendi ao ver 8 troncos de castigos em excepcionais estados de conservação numa fazenda do município de Mirassol D"Oeste. De qualquer maneira os locais da custódia, as prisões sempre foram, independente de períodos, deficientes e degradantes sempre atentando contra a dignidade humana. Fomos o último país da América do Sul a abolir a escravidão e isto não ocorreu sem resistência. Na esteira dos acontecimentos sucedeu-se a República, a ditadura de Vargas, a revolução de 64, a redemocratização, mas o tema segurança, prevenção e repressão sempre foi tratado indevidamente. Nossas prisões são insuficientes, deficientes, inseguras, supervisionadas, em boa parte, por agentes despreparados para as funções e o tratamento ao ser custodiado deixa muito a desejar. Má distribuição de renda, falta de educação global e de trabalho, drogas, a par da lentidão do Judiciário no julgamento dos delitos são as causas maiores da delinquência.
Sem dúvida se o Brasil não modificar sua forma de tratamento e de relacionamento com alguns dos nossos países limítrofes, especialmente com a Bolívia, pouco se poderá esperar da diminuição da difusão da droga no território nacional. Que se respeite seus assuntos e política interna, como o estímulo para se plantar a folha de coca, vendo-a apenas como planta medicinal, mas, que tal objetivo e seus efeitos não venham a possibilitar e favorecer o acesso da droga no território nacional. Isto deve ser tratado a duras penas em