INTRODUÇÃO A violência é um tema que tem sido objeto de reflexão filosófica, de pesquisa científica, de produção artística, de manifestações religiosas, de expressões míticas, de ações políticas, enfim, de todos os campos da prática social e em todas as formas simbólicas. A problematização da violência apresenta-se, nas produções simbólicas, desde os mais antigos registros escritos, em diferentes culturas. Práticas sociais violentas têm sido registradas e problematizadas em diversas situações de convívio humano, sob diferentes condições ambientais e histórico-sócio-culturais. Nesse quadro geral, a violência urbana inscreve-se como fenômeno associado aos processos de urbanização de populações, em toda a sua complexidade. Dadas as proporções que a violência urbana veio assumindo, ao longo do movimento de progressiva concentração da população humana em cidades, as ciências humanas – em particular a sociologia, a antropologia, a psicologia e as ciências jurídicas – se voltaram ao estudo desse fenômeno com crescente interesse, especialmente a partir do final do século XIX. Da multiplicidade de enfoques e de estudos específicos realizados, resultou a compreensão de que a violência é um fenômeno que resulta de múltiplas determinações. Educação familiar, educação escolar, meios de comunicação social, instabilidade política e social, fatores genéticos, características neurofisiológicas, difusão do uso de drogas e ideologias são exemplos de elementos que fazem parte do complexo de fatores que condicionam a instauração e a manutenção da violência. A violência urbana apresenta diferentes facetas, na atualidade. Isto decorre da complexidade das características das grandes concentrações humanas, que envolvem diversos campos de atividade econômica e cultural. Desse panorama complexo faz parte a violência no esporte. Para além das manifestações violentas no âmbito da própria prática desportiva, têm ocorrido manifestações de violência entre grupos de torcedores e destes