Violência infanto-juvenil de 2006 á 2012
A violência infanto-juvenil tem tomado formas na atualidade que outrora não eram observadas. Em outros tempos era fácil associar esse fenômeno à condição socioeconômica de risco, ou seja, só eram observados relatos de violência causada por crianças e adolescentes que viviam em situações de extrema pobreza, logo, a violência destas estava associada á necessidade de subsistência e autopreservação. No entanto á partir do início do século XXI, mais precisamente entre os anos de 2006 á 2012, temos observado um aumento significativo não só na violência desta faixa etária, mas o tipo dessa violência. Não se usa mais desse artifício somente para se auto preservar, matar a fome ou garantir um meio de subsistência, a violência infanto-juvenil já rompeu a barreira socioeconômica e também faz parte de famílias economicamente bem sucedidas financeiramente.
Nesse interim surgiu na sociedade um tema bastante comentado, discutido e estudado: o bullying, esse fenômeno acabou por mostrar em sua estrutura a violência infanto-juvenil, já que sua ocorrência é maior nesse grupo.
A possibilidade de maiores resultados financeiros no mercado de trabalho, a desvalorização da família entre outros fenômenos sociais de nossos dias têm levado pais a terceirizarem a educação, o afeto, a formação social de seus filhos às babás, avós, tios, vizinhos e escola, deixando a criança com a sensação de não ter importância para seus genitores. É comum associar a violência infanto-juvenil de nossos dias á mídia, porém esta não pode ser totalmente responsabilizada como observa a psicanalista Ângela Vorcaro do Departamento de Distúrbios da Comunicação da USP. Para ela, a violência que assusta a sociedade hoje se refere a problemas sociais muito sérios. “A criança que tem acesso à televisão, seja ao canal aberto ou à Tv a cabo, assiste aos Pokémons, Digimons e Power Rangers, imita suas lutas, reproduz o seu discurso da mesma forma que pode fazer isso com um