Vida e obras de Émile Durkheim, Auguste Comte, Max Weber e Karl Marx
Émile Durkheim
Émile Durkheim nasceu em 1858, em Épinal, no noroeste da França, próximo à fronteira com a Alemanha. Era filho de judeus e optou por não seguir o caminho do rabinato, como era costume na sua família. Mais tarde declarou-se agnóstico. Depois de formar-se, lecionou pedagogia e ciências sociais na Faculdade de Letras de Bordeaux, de 1887 a 1902. A cátedra de ciências sociais foi a primeira em uma universidade francesa e foi concedida justamente àquele que criaria a Escola Sociológica Francesa. Seus alunos eram, sobretudo, professores do ensino primário. Durkheim não repartiu o seu tempo nem o pensamento entre duas atividades distintas por mero acaso. Abordou a educação como um fato social. "Estou convicto de que não há método mais apropriado para pôr em evidência a verdadeira natureza da educação", declarou. A partir de 1902, foi auxiliar de Ferdinand Buisson na cadeira de ciência da educação na Sorbonne e o sucedeu em 1906. Estava plenamente preparado para o posto, pois não parara de dedicar-se aos problemas do ensino. Dentro da educação moral, psicologia da criança ou história das doutrinas pedagógicas, não há campos que ele não tenha explorado. Morreu em 1917, supostamente pela tristeza de ter perdido o filho na Primeira Guerra Mundial, no ano anterior.
Durkheim é um dos fundadores da sociologia moderna e o responsável pela considerável expansão da sociologia francesa a partir do final do século XIX. Um dos seus mais famosos e importantes objetos de estudo foi o “fato social.” O pensador define "fato social" como uma entidade sui generis, ou seja, como não redutível à soma de todas as suas partes. Esta definição permite-lhe separar o indivíduo do coletivo social e psicológico, e encontrar logicamente as condições de possibilidade de ligação da sociedade com os indivíduos. Externalidade, generalidade e coercitividade caracterizam o fato social. O desenvolvimento desta tese fez dele o verdadeiro fundador da sociologia como