vida e obra de Wellon
À procura de Sofia
C
omo muitas pessoas, tomei conhecimento de O Código Da Vinci, de Dan Brown, no verão de 2003, já então o primeiro colocado na lista dos mais vendidos do New
York Times. Deixei-o ficar durante um certo tempo à minha cabeceira ao lado de dezenas de livros não lidos, pilhas de revistas, apresentações comerciais ainda por analisar e muitas outras coisas típicas da corrida pela atenção do consumidor neste mundo complexo, caótico e repleto de informações em que vivemos.
Até que um dia, finalmente, peguei O Código Da Vinci (CDV) e comecei a lê-lo. Li a noite inteira, fascinado. Simplesmente não conseguia largá-lo - uma experiência que não é nova, com certeza, mas que também já não é tão freqüente a esta altura da minha vida, entrando na casa dos cinqüenta. Num dado momento, por volta das quatro horas da madrugada, ao ler a explicação que Leigh Teabing dá a Sophie Neveu de como e por que ele via Maria Madalena na última ceia, eu resolvi me levantar da cama e ir vasculhar as prateleiras da nossa biblioteca à procura de livros de arte.
Olhei para o quadro de Leonardo que já vira centenas de vezes, é claro, e pensei: "Sim, realmente parece que há uma mulher sentada ao lado de Jesus!"
De manhã, já tendo acabado de ler o romance, percebi que há muito tempo eu não me sentia tão desafiado intelectualmente por um livro. Queria saber o que era e o que não era verdade, onde terminavam os fatos e começava a ficção, distinguir a especulação informada da pura fantasia literária. Mal pude esperar até que a livraria do meu bairro abrisse. Enquanto sorvia um copo de café com leite~ esquadrinhei uma penca de livros mencionados ou aludidos no CDV: O Santo Graal e a linhagem sagrada, A grande heresia: O segredo da identidade do Cristo, Os Evangelhos gnósticos, The Woman With the Alabaster Jar: Mary Magdalen and the Holy Grail (A mulher do vaso de alabastro:
Maria Madalena e o Santo Graal), The Nag Hammadi Library (A Biblioteca de