Vida de macrina
Gregório de Nissa (335-395)
Tradução: Profa. Adriana Zierer
Para o monge Olímpio
Introdução
[960A] A forma desse volume, se alguém pode julgar pelo título, é aparentemente epistolar, mas este volume excede o de uma carta, estendendo como faz na extensão de um livro. Minha apologia deve ser que o assunto no qual tu me ofereceste escrever é maior do que pode ser condensado nos limites de uma carta.
Tenho certeza que tu não esqueces do nosso encontro, quando, no meu caminho para Jerusalém, no prosseguimento de um voto, para ver as relíquias da permanência do Senhor na carne e nas marcas atuais. Eu te procurei na cidade de Antioquia, e tu deves lembrar-te de todas as diferentes conversas que tivemos, pois não era usual que o nosso encontro fosse silencioso, quando a sua sagacidade fornecia tantos assuntos para a conversa. Como sempre acontece nesses momentos, a [960B] conversa fluiu até que nós viemos a discutir a vida de algumas pessoas famosas.
Nesse caso, foi uma mulher que nos forneceu o nosso assunto; se, de fato, ela devia ser uma mulher de estilo, eu não sei se é conveniente designá-la pelo seu sexo, a quem ultrapassou tanto o seu sexo. Nosso interesse por ela não foi baseado na narrativa de outros, mas nossa conversa foi uma descrição acurada daquilo que aprendemos pela experiência pessoal, nem precisava ser autorizada por estranhos. Nem mesmo a referida virgem era desconhecida no nosso círculo familiar para fazer necessário aprender as maravilhas da sua vida através dos outros, mas ela veio dos mesmos pais que nós sendo então que falaremos da primeira fruta ofertada, porque ela foi a primeira nascida do útero de minha mãe.
Então, tu decidiste que a história de sua nobre carreira vale a pena ser contada para evitar que tal vida seja desconhecida no nosso tempo, e que o registro de uma mulher que cresceu [960C] pela filosofia para a maior elevação da virtude humana passando pelas sombras do esquecimento inútil, eu acho