Victor luiz silva de melo
A grande contribuição “moderna” para nossa música veio de outro universo não incorporado pelos escritores e artistas plásticos modernistas de São Paulo. Veio da música popular urbana, que tornou-se até hoje um legado para os músicos de todas as gerações,
“O principal legado musical deixado pela geração que participou da Semana foi a abertura do pensamento cultural brasileiro para as novas informações estéticas que circulavam no mundo e, ao mesmo tempo, a articulação dessas novas informações com uma musicalidade ligada aos valores do território nacional, ditas populares, seja no âmbito rural, seja no âmbito urbano “ Análise feita por : Frederico Oliveira Coelho
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Quais foram os principais mentores na música durante o movimento? Quais eram seus principais anseios e o que eles de fato buscavam? Conseguiram? Como disse mais acima, a música não era para os escritores modernistas o principal esteio da Semana de Arte Moderna. Claro que nos anos seguintes Mário de Andrade, que já era professor de piano em 1922, se tornará um dos grandes nomes dos estudos musicais brasileiros, porém na época da Semana essa reflexão musical passava ao largo de suas preocupações. Guiomar Novaes e Villa-Lobos não trouxeram nada de novo para o debate musical do momento e apenas o segundo se apresenta como um renovador após a Semana. Quando esses dois nomes mergulharam na busca de uma brasilidade na composição musical, outras informações e histórias já estavam ocorrendo em suas trajetórias e no país. Lembremos que, quando ocorre o Estado Novo entre 1937 e 1945, as concepções musicais – e políticas principalmente – de Mário de Andrade e Villa-Lobos se encontram em campos distintos. Portanto, a questão musical no Modernismo é bem difusa e, ao contrário da Literatura, não apresenta correntes de pensamento confluentes, manifestos coletivos ou programas de intervenção no campo da produção e da crítica – ao menos no primeiro momento