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entrevista raquel rigotto“há um uso sem controle de agrotóxico”
Processada por fábricas de agrotóxicos por causa de seus estudos, a professora do departamento de saúde comunitária da faculdade de medicina da Universidade Federal do Ceará,
Raquel Rigotto, fala a Caros Amigos sobre os malefícios do modelo de desenvolvimento adotado no campo brasileiro. Rigotto é também associada à Rede Brasileira de Justiça Ambiental e ao grupo temático de Saúde e Ambiente da
Abrasco. Na entrevista ela critica a isenção fiscal para os agrotóxicos, expõe dados alarmantes e afirma que os efeitos desses venenos oneram intensamente o SUS.
Caros Amigos - Em que pé estão as suas pesquisas com os agrotóxicos.
Raquel Rigotto - A pesquisa iniciou no ano de 2007, motivada pelos dados da Secretaria
Estadual de Saúde do Ceará que mostraram um número elevado de internações por intoxicações por agrotóxicos em 2004 e 2005. Entre esses dois anos houve um aumento exorbitante de 634 casos para 1106. Foi discutido com movimentos sociais do campo, e foi percebido que os casos se concentravam em regiões onde também estava acontecendo a expansão de atividades do agronegócio, especialmente a fruticultura irrigada para exportação no baixo vale do Jaguaribe. E nesse momento coincidiu de ter saído um edital do CNPQ exatamente para estudo de populações expostas a agrotóxicos no nordeste, e nós tivemos o projeto aprovado.
Organizamos uma equipe de pesquisa bastante interessante, com 17 formações profissionais diferentes e a participação de dois movimentos sociais: o MST e a Comissão Pastoral da
Terra. Isso nos possibilitou fazer um trabalho bastante diferenciado em relação ao que tradicionalmente se faz na pesquisa epidemiológica. Porque ao nos aproximarmos do território começamos a perceber a complexidade e ver pelo menos três modelos de produção diferentes: os trabalhadores empregados ao agronegócio, agricultores camponeses que persistiam na pequena agricultura e o que reunia