Verbo ser
Ilari e Basso (2008) fazem uma distinção quanto ao uso do verbo ser, que pode ter tanto valência biargumental quanto ter uma função atributiva. No primeiro caso, o verbo ser torna a sentença reversível, informando que distintas descrições possuem a mesma referência, o que pode ser observado neste exemplo dado pelos autores:
(1) A maioria das pessoas pensa que morar bem é morar num apartamento de luxo (ILARI e BASSO, 2008, p. 196).
A sentença reescrita abaixo, prova que o verbo ser, neste caso, é biargumental, uma vez que possui a característica de reversibilidade e as diferentes descrições, tanto morar bem quanto morar num apartamento de luxo fazem alusão a uma mesmo referente.
(1’) A maioria das pessoas pensa que morar num apartamento de luxo é morar bem
No caso do verbo ser com função atributiva, Ilari e Basso (2008, p. 196) afirmam que, “por razões de boa formação da sentença”, a reversibilidade não é mais possível, e ilustram essa definição com o seguinte exemplo:
(2) nossa organização sindical é um tanto quanto forçada
Os autores, apesar de apresentarem essas duas distinções para o uso do verbo ser, não o consideram essencial e, assim como Cunha e Cintra (2008), consideram que o verbo de ligação é “vazio de sentido”.
Gardeil (1967) descreve que nas primeiras definições propostas por Aristóteles na teoria gramatical grega, além de as proposições terem um nome e um verbo que são essenciais na sua constituição, a proposição representa também um julgamento a respeito de algo. Segundo essa definição, para o autor, o