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Os sertanejos Fabiano, o pai, Sinhá Vitória, a mãe, os dois meninos, acompanhados pela cachorra Baleia e o papagaio de estimação atravessavam a Caatinga pernambucana.
Desalentados pela seca, pelo sol forte, pela fome, pela sede, pelo cansaço de existirem seguem arrastando seus molambos por dentro dos leitos dos rios esturricados. Procuram lugar, o menino mais novo acaba desmaiando diante das tamanhas imposições da vida. Fabiano aperta-lhe com a espingarda, com o facão, com as ameaças guturais, mas o excomungado não se mexe. Fabiano, então se compadecem do filho ao ver os urubus fazendo seus giros entre o sol e o chão esturricado. Carregou-o nas costas, como um pacote; e seguiam. Agora mais vagarosamente, porém ele tinha que seguir viagem. Era sua perseverança. Ele não sabia para onde ir, mas tinha de prosseguir. A morte do papagaio, aquela noite, trouxe a todos uma mistura de alegria trágica e tristeza esperançosa. Afinal, era sempre assim, andavam sempre divididos. Divididos entre a perda e a necessidade. Num dia de sorte, a cachorra baleia caçou um preá dos bons. Aquela caça dava o tom da emoção e da salvação desses viventes. Sinhá Vitória, como se beijasse, lambia o sangue do preá que escorria pelas ventas da cachorra.
O Poder da Farda
O dono da fazenda finalmente apareceu. Ainda bem, pois a fazenda estava “cuidadinha”. Deu a Fabiano o cargo de capataz. Agora iriam viver. Teriam até dinheiro.
Fabiano foi então à vila para fazer feira com o dinheiro emprestado e para vender um porco que matara. Porém, o fiscal do governo exigiu-lhe imposto e o impediu de vender a carne.
Na mercearia do seu Inácio, Fabiano acaba se envolvendo em um jogo de cartas com o soldado amarelo. Perdeu o dinheiro. Sentindo-se desolado diante da situação, retirou-se bruscamente do jogo. Como iria explicar à família aquilo?!
O soldado amarelo considerou aquilo uma ofensa, prendeu Fabiano, surrou-o humilhantemente na cadeia.