latifúndio pastoril. Grande parte desses se tornou lavradores em terra alheia comoparceiros. Assim se viu o RS se urbanizar sem se industrializar, abrigando uma massa desubocupados.Nos últimosanos com o surgimento de um amplo mercado nacional, a regiãosulina se especializou no cultivo do trigo, arroz e soja. Esta última para exportação. Essacultura foi raramente explorada pelos criadores degado, mas por arrendamento das terrasagricultáveis do latifúndio e normalmente um citadino com acesso a credito bancário ouoficial. Usando técnicas agrícolas modernas eles contribuíram para amarginalizaçãoainda maior do gaúcho, no momento em que não poderia absorvê-lo no trabalho. O altovalor cobrado pelo arrendamento encarecia a produção, somando isso à obstacularizaçãodo cultivo de rotação,que sacrificava a terra, viriam a dificultar a expansão dessasculturas de trigo e arroz. Por outro lado o sistema permitiu uma surgimento de umacamada intermediária entre o oproprietário e o gaúcho,principalmente na época dacolheita, quando se precisava de uma mão-de-obra especializada.MATUTOSUma outra configuração do Brasil sulino foi a formada pelos açorianos trazidospelos portugueses ao litoralde SC e às margens do rio Guaíba. Essa colonização foi umfracasso. Eles vieram atuar como uma retaguarda fiel à Coroa contra os espanhóis.Falharam pois não tinham mercado consumidor para suascolheitas, vivendo numaeconomia de subsistência. Passaram então a um modo de vida mais indígena queaçoriano, lavrando a terra pelo sistema de coivara. Assemelhavam-se aos caipiraspaulistas. Alguns açorianosconseguiram levar adiante o cultivo de cereais como trigo,comercializando-o com gente da área pastoril, incluindo-os no sistema econômicoincipiente da região. Seu papel foi importante noaportuguesamento lingüístico e noabrasileiramento cultural da região, sendo um núcleo leal a Portugal e mais tarde aoImpério. Funcionavam como base abafadora dos conflitos separatistas, abrigando