RESENHA CRÍTICA - À PROCURA DA FELICIDADE - Você aceitaria participar de um estágio não remunerado por seis meses, com dezenove concorrentes, disputando apenas uma vaga? Chris Gardner (Will Smith) aceitou e, isso fez toda a diferença em sua vida - Virou um empresário de sucesso, escreveu um livro narrando o "miserê" que passou e graças a produção de Smith, chegou as telas. Smith está indicado ao Oscar de melhor ator - única indicação do filme a premiação americana - e o fato de ter contracenado com seu próprio filho, talvez tenha ajudado nas cenas mais "dramáticas". O filme é um grande dramalhão e o intuito de filmá-lo para "educar" a platéia sobre como vencer as adversidades da vida, estraga o programa. Se você for fã de filmes sentimentalóides, com mensagens politicamente corretas e para ser visto com a família toda, esqueça tudo o que disse e vá se emocionar com a história de Gardner: sem emprego fixo, com uma mulher infeliz - e depois sem ela, com um pequeno garoto e cheio de sonhos. A história retratada é a de um homem sem a menor noção do que fazer de sua vida. A felicidade outrora prometida na constituição por Thomas Jefferson, 3.º presidente dos Estados Unidos da América, se torna o sonho de consumo do protagonista. É justamente este fato que fará com que a platéia brasileira se identifique com o "héroi" da vez. O que Gardner quer é apenas poder viver com respeito, ter seu carro, sua casa própria, ganhar seu dinheiro honestamente e poder educar seu filho da melhor maneira possível.Se identificou?O tom tendencioso da direção de Gabriele Muccino (O Último Beijo) e a obviedade do roteiro de Steve Conrad (de "O Sol de Cada Manhã") torna-se obvio o desfecho. Com exceção da impagável cena que Gardner, sai da delegacia direto para uma entrevista de emprego - o que fez toda a diferença em sua carreira - o resto é Déjà Vu,de mais um habitante terrestre que subverteu a ordem natural dos fatos e foi ético com seus princípios e, virou um modelo a ser seguido.