variação linguística
Para quebrar esse paradigma de que o bem falar e escrever só se adquire mediante aos estudos da gramática, a sociolinguística tem contribuído muito com suas pesquisas, e conforme nos aponta Bakhtin (1929), todo falante já tem certo domínio da sua língua oral mesmo antes de ingressar na escola, e essa o acompanha em seu convívio na sociedade, e é a partir deste convívio que há a comunicação social, já que o falante aprende a falar mesmo antes de aprender a escrever.
Travaglia (2001, P.32), diz que o individuo quando aprende a falar, o mesmo está sujeito ao que se chama de gramática descritiva, que consiste na interação dos indivíduos mediante a comunicação oral, e leva em conta que cada falante da língua tem a capacidade de se comunicar de forma coerente e compreensível. A função dessa gramática não é a de apontar “erros”, mas sim expor todas as possibilidades de expressões existentes, e mostrar que não existe língua uniforme, e o que comumente se considera “erro”, na verdade são variedades existentes na língua oral. A língua escrita é sem dúvida mais estudada do que a língua oral, mas é com a língua oral que se interage no dia-a-dia, por isso a fala sempre influência a escrita, (já que todos aprendem a falar primeiro do que escrever), principalmente no período de alfabetização, já que a fala tem seus próprios modos de organizar,