Variação linguística
Existe certa confusão quando se fala de linguística histórica e história da linguística. Algumas pessoas podem pensar que se trata da mesma coisa em um primeiro momento, mas é necessário fazer uma diferenciação, visto que a história da linguística trata-se do estudo que recupera suas origens e seu desenvolvimento no tempo, enquanto a linguística histórica estuda as mudanças pelas quais a língua passa.
As línguas mudam com o passar do tempo:
Normalmente os falantes de uma língua não percebem as mudanças que ela adquire com a passagem do tempo, por isso têm uma falsa impressão de permanência imutável. Mas na verdade a língua está sempre passando por mudanças em sua configuração estrutural.
Um dos motivos para que se tenha a falsa impressão de permanência da língua, se dá devido à forma lenta com que ela sofre mudanças. Além disso, essas mudanças não acontecem no todo da língua, pois existe um complexo jogo de permanência e mutação.
A língua escrita é uma espécie de refreador temporário de mudanças, visto que os professores nas escolas ensinam a língua apenas dentro das normas gramaticais, que a tornam um ponto de referência mais estável e permanente que a língua falada.
Porém, deve-se observar que os falantes podem perceber a mudança da língua quando são expostos a determinadas situações, como quando entram em contato com um texto muito antigo, onde a língua se configura de forma diferente da atual. Outro fator é a convivência com gerações diferentes, mais velhas ou mais jovens, ou mesmo quando o falante entra em contato com outro que não tenha experiência escolar.
Alguns exemplos:
Se compararmos um trecho de A Lenda do Rei Lear, escrito há mais ou menos 600 anos, com uma versão contemporânea do mesmo texto, poderemos observar muitas diferenças, desde substituição lexical, alterações estilísticas, sonoras e semânticas.
Também é possível perceber mudanças mesmo na linguagem