Variação linguistica
Como podemos observar, numa instituição social de domínio público e de caráter abstrato como a língua, ela só se concretiza através dos atos individuais da fala. Assim, diante de tanta diversidade, cada falante acaba utilizando uma maneira peculiar dos demais. Vejamos como pode se dar essa variação.
Variação Estilística: Não há falante ou escritor que fale ou escreva da mesma forma. Temos um estilo próprio, que expressa nosso ponto de vista sobre o mundo e a sociedade. Ele é a bagagem que acumulamos com nossas experiências pessoais e únicas. Essas experiências se manifestam no nosso vestuário, comportamento e, lógico, na nossa maneira de falar e escrever. Quando articulamos a fala e a escrita, fazemos escolhas. As seleções pessoais estão interligadas, normalmente, com as situações de uso da língua. Um médico em uma conferência fará escolhas linguísticas diferentes daquelas que usa quando conversa com os filhos, vizinhos ou colegas de outras profissões. Um advogado não fará as mesmas escolhas ao falar com seus clientes, colegas de profissão ou seus familiares.
Variação Sociocultural: Está extremamente ligada à variação estilística. Destacam-se os usos diferenciados por faixa etária, principalmente os das crianças, dos jovens (a gíria) e dos idosos (esses com termos e formas que vão caindo em desuso). Os jovens, em busca de sua identidade, costumam criar formas próprias de expressão, transformando o significado dos termos ou criando uma sintaxe própria. Assim, entre os jovens, temos as tribos dos surfistas, dos mauricinhos, das patricinhas, dos punks, e assim por diante. Na variação por sexo, o uso do diminutivo, por exemplo, é mais comum na fala das mulheres do que dos homens. Provavelmente, por conta da preocupação de evitar palavras mais afetivas, devido à avaliação social de seu “machismo”. Outra variação interessante é a de determinados grupos profissionais (jargão). Muitos têm terminologia própria, como