Vanguardas européias: tendências do século xx.

O pensamento cientificista do século XIX influenciou a Literatura e ajudou a constituir as propostas estéticas do Realismo e do Naturalismo. Após esse momento de intensa observação da sociedade e busca da verossimilhança, bem como da mímeses fotográfica, o Parnasianismo e o Simbolismo desfilaram pelo universo artístico. Este concretizando os anúncios da lírica moderna, com um tom pessimista decadentista do “Fin de Siècle”; aquele tentando centrar-se na “Arte-pela-Arte”, refletindo a “Belle Époque”. No final do século XIX, adentramos, pois, um momento de tensão, de inquietação artística, ou seja, uma inclinação à reflexão, o que oportunizará diversas manifestações nas Artes Plásticas e na Literatura. À essa inquietação somaou-se, posteriormente, no início do século XX, a Primeira Guerra Mundial, que fomentou a produção dos artistas. É nesse turbilhão de expectativas que tomam forma as Vanguardas, isto é, propostas estéticas diversificadas que propõe múltiplas percepções de mundo e, assim, diversas noções do objeto ARTE (pintura, escultura, literatura), sempre descontruindo concepções tradicionais. Para anunciarem suas ideias, os poetas europeus e brasileiros aderiram aos manifestos. Pequenos textos eram elaborados e veiculados em revistas e jornais para a divulgação das novas propostas estéticas – a partir das quais os artistas poderiam criar suas obras, seguindo tais tendências. Podemos dizer, sem exageros, que cada movimento artístico elaborou o seu manifesto. A tendência surgira no final do século XIX e os Simbolistas, por exemplo, criaram seus manifestos. As tendências, os diversos “ismos” do século XX também o fizeram. Um dos aspectos mais interessantes dos manifestos reside na explicitação das múltiplas tendências de uma proposta estética, visto que diversos artístas escreveram sobre o mesmo movimento. Podemos perceber, assim, a pulverização da percepção da historiografia (divisão em períodos literários) como algo monolítico. As manifestações artísticas,