Van gogh: vida e obra
Há na atitude de Vincent Van Gogh uma espécie de determinismo, de fatalidade, como que uma vocação, no sentido religioso do termo, da qual ele não se afasta nunca. Há nele o programa da realização de uma obra que tem de cumprir. Mesmo não sabendo nunca se o reconhecimento de seu valor virá. (COLI, Jorge. Vincent Van Gogh: A Noite Estrelada. Brasiliense, 1985. São Paulo. Página 14).
Seu irmão mais novo Theo, que trabalhava na galeria Goupil de Paris, uma das líderes no mercado de arte da época, apresentou-o a pintores impressionistas. O irmao subsidiou, sem relutar, a nova vocação do irmão e financiou ate a sua viagem para Arles. Vicent inicialmente trabalhou sozinho, o que proporcionou um mergulho cada vez mais em sua capacidade de desenho e pintura. Durante sua solidão em Arles, registrou todas as suas idéias e esperanças em cartas para Theo. Nelas é possível compreender seu pensamento e a imensa tensão sob a qual ele trabalhou, e também conhecer a descrição da evolução de sua doença mental. Nas cartas Vicent fala abertamente de seu estado psíquico, da sua solidão e ânsia de companhia. Menos de um ano depois da ida para o sul da França, sucumbiu e teve um acesso de loucura. Pouco tempo depois foi internado num asilo psiquiátrico no qual continuou pintando durante os intervalos de lucidez. Em 1890, aos 37 anos põem fim à vida, sua carreira artista durara então apenas dez anos.
Durante a breve carreira, sua pintura sofreu grandes mudanças, desenvolveu ao longo dela sua própria técnica. Inicialmente pintava com tons escuros e negros, com as lições aprendidas do impressionismo e do pontilhismo de