Para entender o livro é necessário saber que Tomas Morus era humanista e um católico devotado. A primeira parte, apesar de ser escrito por ultimo, serve de introdução para segunda parte de Utopia. Thomas Morus inicia a primeira parte descrevendo as circunstâncias de sua viagem para Flandres e depois para Antuérpia, em que nesta segunda cidade acontece diálogos entre ele, seu amigo na realidade, Peter Giles, e Rafael Hitlodeu, que é uma peça de ficção inserida no mundo real. Através de seus diálogos, nota-se as injustiças e misérias da sociedade feudal na Inglaterra, sob o reinado de Henrique VIII. Entretanto, o povo inglês não era vítima unicamente do rei. A nobreza e o clero possuíam a maior parte do solo e das riquezas públicas e estes bens não chegavam até grande massa de trabalhadores. O que faz uma das discussões centrais do livro ser sobre a propriedade privada versus a propriedade comum. O comércio e a indústria da Inglaterra não estava muito expandida, e portanto, a população se encontrava sem trabalho e sem comida. A agricultura estava em ruínas desde que a indústria da lã, fez com que terras fossem transformadas em pastagens para carneiros. Em conseqüência disto uma multidão de camponeses viu-se reduzida à miséria, aumentando o numero de mendigos, vagabundagem, roubos e assassínios. Por sua vez a lei inglesa era extremamente severa, punindo com a morte, indistintamente, o ladrão, o vagabundo e o assassino. O personagem de Hitlodeu, na primeira parte, pode ser interpretado como aspectos do autor. Na época que Tomas Morus escreveu Utopia, ele estava prestes a trabalhar para o rei. Portanto, os diálogos que ele imaginava pode ser visto como um argumento interno dele na questão de saber se deveria se juntar ao serviço do rei ou permanecer um filosofo. Hitlodeu demonstra a extrema corrupção e irracionalidade da política européia. Ele ainda mostra que, em sua ênfase na ganância e dinheiro, essas sociedades cristãs de