Uso de antirretrovirais na gestação: efeitos colaterais
O risco de transmissão vertical do vírus HIV tem sido reduzido através de medidas preventivas associadas, como o uso de antirretrovirais combinados no período gestaçional e intraparto, o parto por cirurgia cesariana eletiva, o uso de quimioprofilaxia com o AZT no recém-nascido e a não amamentação. Dentre essas intervenções, o uso da terapia antirretroviral (TARV) durante a gestação deve ser especialmente abordado pela equipe de saúde de maneira a considerar os efeitos fisiológicos e psicológicos causados por esses medicamentos. A gestação gera modificações no metabolismo e funções fisiológicas normais da mulher, trazendo efeitos muitas vezes desconfortáveis. Esses efeitos podem ser agravados pelo uso de antirretrovirais. Este trabalho tem o objetivo de expor os efeitos adversos da TARV em gestantes.
OS AGENTES ANTIRRETROVIRAIS
A incidência de reações adversas em gestantes e crianças expostas a medicamentos antirretrovirais (ARV) para profilaxia da transmissão vertical do HIV é baixa. Além de pouco frequentes, os efeitos adversos geralmente são transitórios e de intensidade leve a moderada, tanto nas gestantes quanto nas crianças (BRASIL, 2010). As alterações fisiológicas ocorridas na gestação interferem no mecanismo de absorção, distribuição, biotransformação e excreção das drogas, reduzindo a susceptibilidade da gestante à toxicidade dos fármacos. Esse processo torna mais fácil introduzir a TARV no período gestacional. Os estudos realizados quanto à segurança dos antirretrovirais na gestação ainda são limitados. No entanto, o uso de determinadas drogas não é recomendado por seu potencial teratogênico ou por não haver informações suficientes para que seja avaliado o risco. As drogas de escolha atualmente apresentam melhor aceitação e menos riscos de toxicidade para o binômio mãe-feto.
OS EFEITOS COLATERAIS
Quando surgem, em geral, são semelhantes àqueles que ocorrem com os adultos.