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Usina Hidrelétrica de Itaipu
O esforço diplomático entre Brasília e Assunção, cujo objetivo é revisar cláusulas financeiras do tratado de Itaipu, tem mantido nos últimos dias a hidrelétrica binacional sob os holofotes, 27 anos após sua fundação. O Paraguai quer receber mais pela energia que não consome, e que acaba vendendo a preço de custo ao Brasil. O país vizinho também quer comercializar parte desse excedente no mercado livre brasileiro. Para o presidente paraguaio Fernando Lugo, atingir essas metas se tornou uma questão prioritária, e ele conta com o apoio do parlamento e da população de seu país. A orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o diálogo, mas qualquer mudança nas regras do tratado depende de aprovação do Congresso Nacional.
Localizada num trecho de fronteira do Rio Paraná, a usina hidrelétrica de Itaipu começou a ser pensada ainda na década de 1960, quando foram assinados os primeiros acordos de cooperação entre Brasil e Paraguai. As primeiras pesquisas de campo para a elaboração do projeto foram feitas em pequenas balsas por técnicos brasileiros e paraguaios. O local escolhido para a construção foi um ponto do rio conhecido como Itaipu, que em tupi quer dizer "a pedra que canta". A formalização do empreendimento se deu com a assinatura do tratado de 1973, que estabeleceu os pontos para o financiamento da obra e a operação da empresa, num modelo de sociedade binacional, pertencente às duas nações em partes iguais. Pelo documento, cada um dos países tem direito a 50% da energia produzida. Caso uma das partes não use toda a cota, deve vender o excedente ao parceiro a preço de custo.
As dimensões do projeto também estavam traçadas desde o início: a área da hidrelétrica vai de Foz do Iguaçu, no Brasil, e Ciudad Del’este, no sul do Paraguai, até Guairá e Salto Del Guairá, no norte deste país. Entre 1975 e 1978 mais de 9 mil casas foram construídas nas duas margens do rio Paraná, para