Usina Hidrelétrica de Belo Monte
CONFLITO AMBIENTAL E O DILEMA DO DESENVOLVIMENTO
“Em julho de 2010, começou a ser construída nas cidades de Altamira, Vitória do Xingu e Senador José Porfírio, no estado do Pará, Amazônia brasileira, a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, prevista para ser a terceira maior hidrelétrica do mundo, com potência para gerar mais de 11000 MW/hora – e proporcional capacidade de criar controvérsias e conflitos. Protestos de movimentos sociais e povos indígenas, disputas no judiciário e mudanças conjunturais na economia e na política nacionais teceram a trajetória do projeto, tornando a construção da barragem um dos processos conflitivos mais longos e emblemáticos da história recente do país.” (Parágrafo 2)
“Um importante marco no histórico do processo foi o Encontro dos Povos Indígenas do Xingu, realizado em Altamira, em fevereiro de 1989.” (Parágrafo 7)
“Iconicamente, durante a exposição de Muniz Lopes sobre a construção da usina Kararaô, a índia Kayapó Tuíra, levantou-se da plateia e encostou a lâmina de seu facão no rosto do diretor da estatal em um gesto de advertência, expressando sua indignação. Na ocasião, Muniz Lopes anunciou que, por significar uma agressão cultural aos índios, a usina Kararaô – nome que é um grito de guerra Kayapó – receberia outro nome e não seriam mais adotados termos indígenas em usinas hidrelétricas. A usina foi posteriormente rebatizada de Usina Hidrelétrica de Belo Monte. O encontro de Altamira é considerado um marco do socioambientalismo no Brasil (ISA, 2010).” (Parágrafo 9)
“O adjetivo socioambiental estava sendo então criado e, de uma forma ainda mais abrangente, impulsionaram no Brasil uma visibilidade para os povos e comunidades que viviam da floresta, de modo a exigir que o Estado brasileiro os colocasse como protagonistas de um projeto de desenvolvimento sustentável, antes mesmo da Conferência do Rio, em 1992. A partir de então, uma mudança paradigmática no discurso do