Urbanização da Cidade de São Paulo
Instituto de Economia – Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
O intenso processo de urbanização pela qual a cidade de São Paulo atravessou a partir da segunda me tade do século XIX trouxe consigo os problemas inerentes ao adensamento populacional que, conjugado ao crescimento físico desordenado provocou toda sorte de problemas, refletindo na ocupação desigual do espaço, na eclosão de problemas estruturais ligadas à falta de infra-estrutura e de salubridade. Neste contexto, sob a dinâmica de fatores exógenos como a consolidação do Brasil nas linhas da economia mundial, e endógenos, como as instalações ferroviárias, a Proclamação da República, o fim do escravismo, a imigração etc. a cidade de
São Paulo desenvolveu características peculiares de um intenso, porém, desigual processo de urbanização.
A instalação dos trilhos das diferentes companhias ferroviárias, a partir de 1867, com a São Paulo Railway ligando a principal zona cafeeira do interior da Província naquele momento, ao porto exportador, Santos, passando pela capital do estado; e, em 1877, a
Estrada de Ferro do Norte (Central do Brasil) ligando São Paulo à capital brasileira, fundou as premissas básicas para o ulterior incr emento urbano da cidade, pois além de permitir a circulação de mercadorias, pessoas etc., também incrementou sobremaneira a ligação com outras regiões e aumentou a velocidade de comunicação entre elas. A partir de Jundiaí, abriram-se ramais férreos rumo ao interior, com a construção da Cia. Paulista e da Cia.
Mogiana, as quais incentivaram o processo de absenteísmo de abastados fazendeiros de café que se deslocaram para São Paulo. A capital paulista transformou-se, assim, em uma área tributária privilegiada, como uma encruzilhada de caminhos, na qual a atividade comercial foi largamente favorecida.
1
Com os imigrantes foi possível a consolidação do mercado de trabalho, que de 1889 ao início do século