Urbanismo Período Gótico
Desde o princípio da Idade Média pela queda do Império Romano do Ocidente, a Europa sofreu um extenso processo de desurbanização, impulsionado pelas pilhagens dos povos bárbaros, que destruíam o sistema complexo das cidades desenvolvido no período romano.
É em meio a esta nova paisagem rural que surge o feudalismo na Europa, uma forma de organização social centralizada dentro de muralhas, pertencentes a um senhor feudal. Passaram então a existir pequenos burgos de traçado irregular, onde as ruas eram estreitas e pavimentadas, a igreja o centro da vida comunitária, o regime teocrático – os bispos dominavam os homens e as terras – e as casas não abriam janelas paras as ruas (pelo mau cheiro provindo da precariedade do sistema de esgotos e da presença de animais nas ruas).
As cidades renascem a partir do desenvolvimento comércio, que acelera o processo de urbanização significantemente. É neste período que o movimento Gótico tem sua vez.
A partir da relação já construída nas muralhas, o crescimento físico das cidades dá-se de forma espontânea sem os traçados reguladores utilizados pelos gregos e romanos. A disposição e o desenho das ruas são, portanto, indefinidos, seguindo algum caminho existente ou acomodando-se a topografia do terreno.
Nas cidades mais antigas as ruas eram tortuosas e estreitas. Em Paris havia ruas que mediam menos de dois metros de largura e as mais largas não passavam dos 10 m. Porém, em certos pontos elas se alargavam para gerar o espaço da praça do mercado.
Como as vias praticamente se acomodavam ao perfil do terreno era comum algumas delas possuírem escadarias. A rua medieval era uma extensão da casa, um local onde as pessoas viviam.
Dentro dos limites cercados da cidade, os terrenos eram supervalorizados e caríssimos, portanto passa-se a utilizar a construção com um maior número de pavimentos, a fim de aproveitar ao máximo o espaço