Urban sprawl
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E FORMA URBANA
Helena Madureira
Departamento de Geografia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto
1. Introdução Poucos conceitos têm sido tão amplamente utilizados como o de «desenvolvimento sustentável», num contexto de (aparente) consenso, revelador mais de imprecisão do que de clareza em torno do seu significado. Apesar de muitas indefinições, esta temática impôs-se e contaminou o debate sobre a cidade actual e futura, nomeadamente através da procura de um modelo urbano que corresponda a uma cidade mais sustentável. Importa pois reflectir sobre as relações que têm vindo a ser estabelecidas entre desenvolvimento sustentável e forma urbana e o modo como a geografia tem vindo a incorporar esse debate.
2. Desenvolvimento sustentável: em torno de um conceito A problemática do desenvolvimento sustentável tem-se vindo a construir progressivamente nas últimas três décadas. Aponta-se frequentemente como ponto de partida os trabalhos desenvolvidos desde finais dos anos 60 pelo Clube de Roma e, mais concretamente, a publicação em 1972 de The Blueprint for Survival and The Limits to Growth: Report to the Club of Rome. Obra controversa, liderada pelo Massachusetts Institute of Technology, alerta para as graves consequências de um crescimento económico e demográfico exponencial relativamente ao aumento dos níveis de poluição e à sobre-exploração e esgotamento de recursos, tendo o grande mérito de lançar o debate sobre as ligações entre desenvolvimento económico e ambiente. Também em 1972 realiza-se em Estocolmo a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, que introduziu na agenda política internacional a dimensão ambiental como condicionadora e limitadora do modelo tradicional de crescimento económico, e onde se utiliza um novo conceito, apresentado por Maurice Strong, e largamente difundido, a partir de 1974, por