Universo e sua origem compreensão humana
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Fernando Lopes-Graça (Tomar, 1906 – Parede, 1994), grande compositor, pianista, pedagogo, crítico e ensaísta, deixou uma obra musical extensíssima a par de uma importante obra literária que nos dá testemunho da sua grande formação humanista e da sua intensa actividade cultural e política. Estudou no Conservatório de Música de Lisboa com Viana da Mota, Tomás Borba e Luís de Freitas Branco e concluiu em 1931 o Curso de Composição. Por motivos políticos foi impedido de leccionar em instituições públicas e mais tarde no ensino privado e não pôde, também, usufruir de uma bolsa que ganhou para estudar no estrangeiro. Após a sua prisão por motivos políticos em Caxias (1936), Fernando Lopes-Graça foi viver para Paris entre 1937-1939, a expensas suas, onde estudou composição com Charles Koechlin e musicologia na Sorbonne com Paul-Marie Masson. Aí escreveu as primeiras harmonizações de canções populares portuguesas e compôs La fièvre du temps por encomenda da Maison de La Culture. Em 1942 fundou a Sociedade de Concertos “Sonata”, que dirigiu até 1961, dedicada à divulgação da música contemporânea e que se tornou numa referência da vanguarda intelectual. Recebeu vários prémios de composição: Concerto para piano e orquestra nº1 (Prémio de composição Círculo de Cultura Musical, 1940), História Trágico-Marítima (Prémio CCM, 1942), Sinfonia per Orchestra (Prémio CCM, 1944), Sonata para piano nº 3 (Prémio CCM, 1952), Quarteto de cordas (Prémio Príncipe Rainier III do Mónaco, 1965). As suas obras têm sido interpretadas em todo o mundo. O Concerto da camera col violoncelo obbligato foi estreado em 1968 pelo grande violoncelista Mstislav Rostropovich, em Moscovo, na Grande Sala do Conservatório, com a Filarmónica Estatal de Moscovo dirigida por Kiril Kondrachine. A sua extensíssima obra musical, com uma linguagem e uma sonoridade inconfundíveis, abrange todos os géneros. A procura de uma linguagem estética portuguesa levou-o a definir o conceito de «música