Unaerp 2002
___________________________________________________
“Há uma idade em que se ensina o que se sabe; mas vem em seguida outra, em que se ensina o que não se sabe: isso se chama pesquisar. Vem talvez agora a idade de uma outra experiência, a de desaprender, de deixar trabalhar o remanejamento imprevisível que o esquecimento impõe à sedimentação dos saberes, das culturas, das crenças que atravessamos. Essa experiência tem, eu creio, um nome ilustre e fora de moda, que ousarei tomar aqui sem complexo, na própria encruzilhada de sua etimologia: Sapientia: nenhum poder, um pouco de saber, e o máximo de sabor possível”.
(Barthes, 1985).
A idéia deste trabalho surgiu em função da nossa atuação como fonoaudióloga no âmbito escolar. Trabalhamos com diversos profissionais como diretores, recreacionistas, professores e profissionais de áreas afins como psicólogo, psicopedagogo e assistente social, mas o profissional que mantemos contato mais freqüente é o professor.
Acreditamos que o professor é o alvo mais importante, pois é um agente multiplicador de nossa atuação, pois sua ação nos distúrbios da comunicação fundamenta-se provavelmente na premissa de que ele é o indivíduo que de fato, está mais próximo dos escolares e, portanto, ninguém melhor do que ele para verificar quais alunos apresentam problemas, podendo desta forma, intervir com atitude mais adequada e consciente. Vale ressaltar, que o professor ao apresentar um desconhecimento a respeito dos problemas de comunicação, pode ainda estar contribuindo para reforçar as alterações de seus alunos.
Embora haja um consenso sobre a necessidade de que a educação para as crianças pequenas deva promover a integração entre os aspectos físicos, emocionais, afetivos, cognitivos, lingüísticos e sociais, considerando que a criança é um ser completo e indivisível; as formas de se fazer este trabalho divergem, pois não parece haver entre os professores, uma clara noção sobre o que seja trabalhar com cada um dos