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"A história começa descrevendo uma situação ainda muito comum. O cenário é a sala de aula e os personagens tipificam essa escola tradicional, onde o aluno-personagem, o protagonista Rodrigo, chega à escola, "doidinho para aprender a descobrir os segredos que havia no encontro das letras", conforme nos informa o narrador. A professora-personagem, dona Marisa, autêntica representante dos valores do passado, prefere investir na cobrança dos exercícios e na punição dos erros. Ainda compondo essa cena inicial, nessa turma de alfabetização, encontramos, também, o objeto livro sendo utilizado de forma mecânica através da cartilha, livro menos atraente.
O personagem Rodrigo, que veio do interior para a cidade com uma história de vida diferente dos amigos da escola, foi o maior prejudicado nessa imposição do saber. Foi, inclusive, desrespeitado pela própria professora. E, com isso, "ele não conseguia ler, escrever ou entender por que 'Ivo viu a Eva'. 'A Eva viu a uva'. 'Didi deu um dado ao Dodó'... 'A bola bateu bem na boca do Beto'. Tudo era tão chato e duro, pior do que dobrar a língua para falar problema. (...) Sentia-se menor, mais magrinho e ignorante, queria desistir da escola, voltar para o sítio", segundo nos conta o sujeito da narrativa. Até que, numa das cenas de autoritarismo da professora, que resultou na punição de Rodrigo, ele juntou seus objetos e saiu voando da classe". No portão da Escola acabou encontrando a diretora que o convenceu a voltar, pois dona Marisa ia sair de licença e seria substituída por uma nova professora, dona Celinha.
Aqui começa, então, um outro movimento narrativo, a escola tradicional com sua proposta estereotipada de ensino da leitura, representada por dona Marisa, vai ser deslocada e, em seu