UMA RVORE TOMBANDO
Há tempo em que a vida nos possibilita tudo.
Há tempo em que ela nos torna impossibilitados.
Na primeira fase, queremos alcançar tudo com as mãos.
Na segunda, sem paciência, metemos os pés pelas mãos,
É um ditado popular, atitudes impensadas.
Em outra fase, tentamos nos firmar,
Direcionar nosso caminho, curtir a vida.
Nessas fases iniciais, somos fortes, vistosos,
Tal como uma árvore verde exuberante.
Pensamos que há sempre tempo...
Não há preocupação com os finais. a vida, ela nos dá, mas o tempo nos tira.
Cada um de nós é uma arvore.
A terra, a água, o ar, o sol,
E o cuidado são importantes.
Há umas isoladas, outras em aglomerados.
Umas resistem às secas, outras ao frio...
Umas são protegidas, outras transformadas.
Mas tristes são as de vanguardas,
Que ajudam a terra a conter os limites dos rios.
Estas, crescem, são viçosas e têm um triste fim.
Metro a metro, a correnteza vai destruindo a terra,
E aquela arvore que parecia segura,
Vê-se sozinha, desprotegida...
E por mais que resista, e esforce-se para isso,
A queda é inevitável, e uma árvore deitada
É um corpo ao chão, uma vida perdida.
Um desempregado, um viciado, um desassistido,
Um menor abandonado, um doente, deficiente,
Um trabalhador endividado, um paciente depressivo,
Um adolescente ou jovem desajustados, desorientados;
Um ser humano que chega aos quarenta e sente medo,
Homem e mulher em situação de risco,
Que não aproveitaram o que a vida ofereceu ,
São árvores tombando
Mesmo você: bem sucedido será atingido pelo tempo
E será uma árvore tombando. Francisco Medeiros Mendes, março, 2014.