Uma percepção da Astroquímica
Os seres humanos, desde sua forma primitiva até os dias atuais, intentaram entender o mundo, devido à sua incrível capacidade de observar e questionar a natureza ao seu redor. Nesse ínterim, a história do homo sapiens sapiens foi inegavelmente marcada pela procura deste em compreender os fenômenos naturais astronômicos, tanto o movimento dos corpos celestes, quanto a sua composição. Pode-se notar aqui que a Química, a ciência apaixonante da matéria e das suas transformações, está intimamente ligada à Astronomia.
Incessantemente, o homem buscou conquistar o céu e o espaço, movido pela curiosidade científica. “A superfície da Terra é o litoral do oceano cósmico. Neste litoral nós aprendemos a maior parte do que sabemos. Recentemente, entramos na água, talvez na altura do tornozelo, e a água parece convidativa...”, foi o que metaforicamente o célebre divulgador científico Carl Edward Sagan expressou acerca da investigação do imenso Universo. A partir disso, o desenvolvimento tecnológico, ocorrido principalmente durante a corrida espacial da Guerra Fria, permitiu a exploração deste escuro imenso. Junto a isso, a Química exerceu uma grande e importante participação. Com efeito, laboratórios químicos foram lançados ao espaço dentro de estações espaciais, robôs e foguetes.
Decerto, a astroquímica que se desenvolveu através dos tempos tem contribuído significativamente para tais laboratórios. Há muito tempo, a Química se utilizava da queima de substâncias em uma experiência conhecida como “teste de chamas”, cujo objetivo era determinar e identificar os elementos químicos, já que cada um emitia cores diferentes quando em contato com o fogo (princípio dos fogos de artifício). Porém, este teste era falho devido à mistura da cor das substâncias com a cor emitida pelas chamas, sendo o resultado contaminado pelo equipamento. Mais tarde, em 1859, Bunsen e Kirchhoff projetaram um equipamento hoje conhecido por espectroscópio,