Uma Leitura Sobre a Cidade – Ana Fani
O texto de Ana Fani “Uma Leitura Sobre a Cidade” nos mostra que há duas perspectivas para se pensar a cidade, um lado físico e um lado humano. A partir desse pensamento o estudo da geografia urbana deve ser voltado para uma análise teórica e prática das relações sócio-espaciais. Baseado na corrente marxista-Lefebvriana o texto se remete à análise dialética da produção e da reprodução da sociedade enquanto espaço urbano e espaço social. A cidade pode ser pensada, ao mesmo tempo, como produto, condição e meio para a reprodução das relações sociais.
Seguindo a teoria de Karl Marx, a cidade não deve ser pensada somente como reprodução e trabalho materializado, mas sim como uma construção humana fruto do produto histórico-social. Baseando-se na obra de Henri Lefebvre, há um conjunto de relações sócio-espaciais cotidianas que tornam o ser humano e o espaço urbano, um todo.
Fani afirma que o processo de produção concreta da cidade é produto da relação de interdependência entre espaço e sociedade, onde as relações sociais se materializam num espaço concreto, ou seja, a sociedade produz e reproduz um espaço através da prática sócio-espacial em uma escala temporal. A cidade concreta (o espaço físico como casas, prédios, carros) é resultado da cidade como prática sócio-espacial (relação entre os objetos físicos e sociais). Dentro dessa questão, a contínua reprodução da cidade é indispensável para a constante reprodução da vida. Reprodução esta que ocorre através do diálogo entre economia, política e sociedade, onde cada um desses campos se remete respectivamente, à circulação do capital, dominação estatal da sociedade e prática sócio-espacial.
A noção de produção e reprodução se refere à atuação dos sujeitos, e neste caso, os sujeitos que a autora elege para entender a sociedade são relativos à vida cotidiana, os momentos de lazer, os momentos de trabalho, todos os tipos de obrigações e outras atividades humanas. Para Henri Lefebvre