Uma contribuição à conjuntura da indústria brasileira desde a sua origem
Anderson Nunes Silva
RESUMO
O presente artigo pretende mostrar a atual conjuntura da indústria brasileira, tentando encontrar, na sua gênese – de acordo com as principais interpretações -, possíveis respostas para o seu desenvolvimento e sua contribuições para o mercado interno brasileiro, tendo em vista a situação precária pela qual a economia global vêm passando.
PALAVRAS CHAVE: gênese, industrialização, choques adversos.
INTRODUÇÃO Na primeira seção, mostraremos a gênese da indústria brasileira, de acordo com os estudos de Wilson Suzigan, Celso Furtado, Maria da Conceição Tavares, Wilson Cano, Caio Prado Junior, entre outros, dentro de períodos históricos determinados, sendo que, cada pensador, trata a origem da indústria de uma maneira diferente. Na seção seguinte, traremos o assunto para a atualidade, mostrando as dificuldades que esse setor vem atravessando nos últimos anos, levando em consideração a recessão pela qual passa a Europa, e o seu impacto no mercado brasileiro, juntamente com a valorização da nossa taxa de câmbio, que, a princípio, parece interessante, mas por outro lado, acaba também prejudicando nosso mercado.
ASSIM NASCE A INDÚSTRIA BRASILEIRA Entre a primitiva indústria artesanal da colônia e a moderna maquinofatura, impõe-se na evolução econômica do Brasil um grande hiato. O modelo de colonização adotado pelos portugueses deixou marcas profundas em nossa estrutura econômica. Com uma economia voltada para a produção de excedentes para o mercado externo e convivendo com o trabalho escravo por tanto tempo, o país não se viu estimulado a criar uma estrutura industrial. Em 1808, D.João VI revogou a lei, assinada em 1785 por D.Maria I, que proibia as fábricas na colônia. No entanto, o fato de, na seqüência, promover a abertura dos portos e firmar tratados de tarifas com a Inglaterra anulou qualquer estímulo ao desenvolvimento de uma indústria nacional. Além das