"Um método perigos" com base na psicanálise

A análise do filme pode ser iniciada a partir de um ponto importante: a histeria. Freud postulou, em sua teoria, que tal neurose era causada por lembranças reprimidas de grande intensidade emocional. Em “Um método perigoso”, Sabina Spielrein sofre de histeria, e é paciente de Jung, o qual utiliza-se dos métodos de Frued para tratá-la. A partir da fala, Jung descobre que a histeria de Sabina origina-se da relação que ela teve com o pai, uma vez que quando o seu genitor a batia, ela ficava excitada e sentia prazer. É possível observar, neste ponto, a sexualidade infantil pontuada por Freud. Ainda no que diz respeito à Sabina, podemos observar a atuação da repressão – um processo psíquico que tem o intuito de fazer desaparecer da consciência uma ideia insuportável – uma vez que ela tenta reprimir seus desejos sexuais.
Em um determinado momento do filme Jung se encontra com Freud e comenta que Sabina, ao tentar defecar e ao mesmo tempo evitar defecar, sente prazer. Freud, então, fala que seus pacientes que permaneceram fixados à fase anal do desenvolvimento erótico relatavam sentimentos de prazer e eram organizados. Em contrapartida, Jung comenta que Sabina é extremamente desorganizada. A fase anal é quando a criança passa ter controle dos esfíncteres e aprende que pode controlar as fezes. Nesta fase, a zona de maior satisfação é a região do ânus.
No filme, também é possível perceber que muitas pessoas eram desfavoráveis ao trabalho de Freud. Jung então pontua que isto teria a ver com a interpretação extremamente sexual do material clínico feito por Freud. É neste momento em que começam as diferenças entre Freud e Jung. Enquanto Freud acreditava que tudo estava baseado na sexualidade, Jung propunha que deveria haver outro fator. De acordo com a teoria freudiana, pode-se também observar a racionalização, a qual está presente no momento em que Sabina Spielrein fala sobre quando Siegfried diz que uma ideia pura e heroica poderia vir de um pecado. Assim, Sabina