Um furacão é belo. Não, é sublime.
O problema: Existe só um tipo de beleza? Em que se baseia o juízo estético?
A tese: Os juízos de gostos são do tipo variado. É preciso distinguir o agradável, aquilo que é apreciado no nível sensorial, do prazer estético propriamente dito. Este se baseia em juízo reflexionantes, ou seja, numa apreciação que não se refere diretamente ao próprio objeto, mas à relação9 entre ele e a nossa espiritualidade. Percebemos a beleza nas coisas em que encontramos, como num espelho, os reflexos dos critérios de harmonia e equilíbrio que estruturam a nossa mente. Caso contrário, afirma Kant, o juízo de beleza é somente uma das duas possíveis modalidades de prazer estético. Existe também a apreciação do sublime, termo atribuível a tudo o que é desmedido, ilimitado e, portanto, emocionante e assustador – por exemplo, a erupção de um vulcão, a potência de um furacão, um abismo. Também nesse caso o juízo é do tipo reflexionante, porque certamente não envolve a sensação (tanto que conseguimos apreciar esses terríveis fenômenos somente quando a nossa pessoa não esta envolvida). A comoção suscitada pelo sublime nasce do dramático contraste que se instaura entre nós e o objeto, de modo simétrico e contrário a relação de harmonia típica do dele. Vendo as nuvens de uma tempestade, de um lado sentimos desgostos por não conseguir imaginar toda a sua dimensão, do outro sentimos prazer porque o nosso espirito, estabelecendo uma comparação entre nós e a natureza, se eleva à ideia de infinito.
O juízo estético não depende da percepção e tampouco de uma atividade racional.
O belo concilia-se com o sublime pelo fato de ambos agradarem por si mesmos. Além disso, os dois não pressupõem um juízo dos sentidos nem um juízo determinante do intelecto, mas um juízo de reflexão.
O juízo estético baseia-se num confronto operado pela imaginação entre o objeto e a mente humana.
Consequentemente, neles o prazer não depende de uma sensação, como para o agradável,