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CHOQUE DE DEMOCRACIA – RAZÓES DA REVOLTAA idéia mesma de que seja possível um “relato dos fatos” é questionável. As interpretações divergem também sobre o sentido do que aconteceu. São diferentes as dinâmicas de manifestação nas diferentes partes do país, em cada cidade, em cada parte da cidade onde ocorrem protestos. Em 1992, foi liderado pela União Nacional dos Estudantes (UNE) e apoiado pelos mais diferentes setores da sociedade. No caso das Diretas Já, as rua foram derrotadas pelo Congresso. Essa blindagem do sistema político contra a sociedade tem uma história. Com exceção do PT, todos os partido participaram da eleição indireta de janeiro de 1985, no chamado Colégio Eleitoral, controlado pela forças da ditadura. Nasceu aí a primeira figura da blindagem do sistema político contra a sociedade.
A resposta do sistema político ao processo de impeachment de Collor não foi uma reforma radical. Pelo contrário. A força das ruas foi substituída pouco a pouco pelo clamor da opinião pública. E a opinião pública foi substituída pela opinião da mídia. Durante um bom tempo, especialmente ao longo do governo FHC, o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) foi o único que conseguiu realizar mobilizações de massa que confrontaram o sistema político. O episódio emblemático do ano de 1993 foi o chamado escândalo do Orçamento, em que verbas públicas eram desviadas por meio de emendas parlamentares. A partir do governo FHC, poucas denúncias de fato prosperaram a ponto de se tornar escândalos e provocar mudanças significativas no sistema.
O resultado foi a renúncia de ACM (em outro escândalo, conhecido como violação do painel de votação) e a dupla renúncia de Jader, à presidência do Senado e ao mandato parlamentar.
Apesar de o PT ter se mantido durante mais de vinte anos como representante por excelência do anti pemedebismo, o mesmo figurino se repetiu no período Lula (2003-2010), no escândalo do mensalão, em 2005. O líder do PTB na Câmara, Roberto