Técnicas de coleta de dados - a pesquisa survey
2.1 A pesquisa Survey
Uma nova forma de se fazer jornalismo passou a ser usada a partir da década de 80, de modo a realizar um maior detalhamento informativo do texto, com o objetivo de facilitar a percepção da mensagem por parte dos leitores eventuais. Isso porque, segundo Barros Filho e Dal Fabbro (1998), apenas de 3 a 4% dos leitores de um jornal o leem diariamente.
Ao novo modelo de veiculação de notícias deu-se o nome de jornalismo didático. São levadas em conta a heterogeneidade dos leitores e a necessidade de expansão do público consumidor, por meio da utilização de recursos infográficos (tabelas e boxes explicativos).
Os recursos escolhidos pelos veículos de comunicação para transmitir os fatos aos leitores e/ou espectadores propiciam a imposição de determinados temas na sociedade – a maneira de noticiar recebeu o nome de agenda setting ou agenda do leitor.
Para entender esse processo didático de enunciar e seus efeitos Barros Filho e Dal Fabbro (1998) realizaram uma pesquisa quantitativa por questionário nas ruas de São Paulo. O caso escolhido foi do mês de abril de 1997, quando o desvio de verbas de correntes de venda de títulos públicos teoricamente destinadas ao pagamento de dívidas do Estado esteve estampado nas capas dos jornais e dos noticiários da televisão.
Os pesquisadores realizaram uma avaliação dos produtos midiáticos que reportaram o “caso dos precatórios” durante todo o mês de abril daquele ano, tanto na mídia impressa, cujos periódicos selecionados foram os jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, quanto na televisiva, por meio do Jornal Nacional e do TJ Brasil.
A amostragem que participou da pesquisa foi escolhida de forma casual e fazia parte dos dez conglomerados em que se subdividia a região urbana da cidade de São Paulo. Por conta do número pequeno de perguntas às quais os participantes seriam submetidos, todo o processo de questionário foi feito por telefone. Os números foram