Técnica de Gram
A técnica de coloração de Gram é uma técnica de coloração diferencial que permite distinguir os dois principais grupos de bactérias por microscopia óptica.
Foi descoberta pelo físico dinamarquês Hans Christian Gram em 1884. Este cientista obteve com a coloração realizada uma melhor visualização das bactérias em amostras de material infectado. Verificou, no entanto, que nem todas as bactérias coravam com este método o que o levou a sugerir a possibilidade de ser usado um contrastante. Gram morreu em 1935 sem ter conseguido que fosse reconhecida a devida importância ao seu método de coloração. Actualmente, esta técnica é fundamental para a taxonomia e identificação das bactérias, sendo utilizada como técnica de rotina em laboratórios de bacteriologia.
A técnica de coloração de Gram consiste em expor as células bacterianas à seguinte sequência:
Corante primário – violeta de cristal: cora o citoplasma de púrpura, independentemente do tipo de célula.
Mordente – solução de iodo: aumenta a afinidade entre o violeta de cristal e a célula e forma com o corante um complexo insolúvel dentro da célula. Agente descolorante – álcool, acetona ou ambos: solvente lipídico. Contrastante – safranina ou fucsina básica: cora o citoplasma de vermelho.
O que se verifica, quando se observam as diferentes bactérias sujeitas a esta coloração ao microscópio, é que estas têm um comportamento diferente face à coloração de Gram, o que permite classificá-las em:
Bactérias Gram-positivo (apresentam cor púrpura) Bactérias Gram-negativo (apresentam cor vermelha)
Estudos de microscopia electrónica e análises bioquímicas permitiram concluir que a parede celular bacteriana é a estrutura responsável pelo diferente comportamento das bactérias à coloração de Gram.
As bactérias Gram-positivo apresentam uma parede espessa, homogénea, geralmente não