Anarquismo
O anarquismo designa as doutrinas políticas e filosóficas que defendem a liberdade absoluta e recusa totalmente a autoridade, qualquer que seja a forma que esta assuma. O anarquismo crê que a ausência de governos não provocaria o caos, mas sim uma ordem harmoniosa em que cada um contribuiria espontaneamente para o bem de todos. É visível nesta crença a imagem de um homem livre e bom por natureza descrita por Rousseau. Ao longo da História, têm sido identificadas três correntes principais de anarquismo, por vezes contraditórias entre si: o anarquismo cristão, que se desenvolveu sob a batuta de Tolstoi na Rússia dos czares; o anarquismo individualista desenvolvido pelo filósofo Max Stirner autor de Unique et Sa Propriété (1845), que se baseia no vigor antiautoritário do indivíduo e concebe a sociedade como um conjunto de pequenos produtores auto-suficientes; e o anarquismo coletivista, desenvolvido sobretudo por Mikhail Baku nine, que proclama a sociedade como uma federação de associações livres de trabalhadores. P. Kropotkin desenvolveu e sistematizou as ideias do coletivismo anarquista Ainda que este terceiro tipo de anarquismo seja devedor da ideologia comunista e que todo o anarquismo aponte para movimentos revolucionários, os anarquistas criticam o marxismo, acusando a sua organização revolucionária de conter a semente para a formação de uma nova classe dominante composta pelos funcionários do partido e do estado. O teórico incontestado do socialismo anarquista foi Pierre Joseph Proudhon, para quem todo o controlo do homem sobre o homem era sinônimo de escravidão, e que defendia uma organização social baseada no mutualismo, na solidariedade e na livre associação.