A Grécia O surgimento das cidades-Estado helênicas na região egéia é anterior à verdadeira época clássica e apenas seus esboços podem ser vislumbrados em fontes não-escritas disponíveis. Depois do colapso da civilização micênica por volta de 1200 a.C., a Grécia experimentou uma prolongada Idade das Trevas na qual desapareceu a escrita e a vida econômica e política regrediu a um estágio doméstico rudimentar: o mundo rural e primitivo retratado nos épicos homéricos. Foi na época seguinte da Grécia arcaica, de 800 a 500 a.C., que o modelo urbano da civilização clássica lentamente se cristalizou. Algum tempo antes do advento dos registros históricos, monarquias locais foram derrubadas por aristocracias tribais e cidades foram fundadas ou desenvolvidas sob o domínio destas nobrezas. A lei aristocrática na Grécia arcaica coincidiu com o reaparecimento do comércio a longa distância (principalmente com a Síria e o Oriente), os prenúncios da cunhagem (inventada na Lídia no século VII) e a criação da escrita alfabética (derivada da escrita fenícia). A urbanização prosseguia com estabilidade, derramando-se além-mar pelo Mediterrâneo e Euxino, até que ao final do período de colonização em meados do século VI já havia umas 1500 cidades gregas nas terras helênicas e fora delas - nenhuma virtualmente a mais de 40 quilômetros para dentro da linha da costa. Estas cidades eram essencialmente pontos de concentração de agricultores e proprietários de terras: na cidade pequena típica desta época, os cultivadores viviam dentro das muralhas da cidade e saíam para trabalhar no campo todas as manhãs, retornando à noite - embora o território das cidades sempre incluísse um perímetro agrário com toda a população rural ali instalada. A organização social destas cidades ainda refletia muito do passado tribal de onde haviam emergido: sua estrutura interna era articulada por unidades hereditárias cuja nomenclatura de parentesco representava uma tradução urbana das divisões rurais