Turismo e Meio ambiente
Formato da contribuição: texto integral
Fonte: “Estudos de Turismo e Hotelaria”, publicação da Administração Regional do SENAC de São Paulo, coordenada pelo Centro de Estudo de Administração em
Turismo e Hotelaria, 1993 e Turismo-impactos sócio-ambientais, organizado por
Amália Inês Geraiges de |Lemos, São Paulo: Editora Hucitec, 1996
Autora: Rita Mendonça
Turismo ou meio ambiente: uma falsa oposição?
É possível que uma primeira impressão do confronto destes dois termos – turismo meio ambiente – seja a de que são irremediavelmente antagônicos. Ou um ou outro. Pelo menos, é o que a experiência comum tem nos mostrado. Onde há turismo, há degradação ambiental. Onde o turismo é considerado desenvolvido, há concentração de um grande número de pessoas que na realidade não se interessa muito pelo lugar visitado (por incrível que isto possa parecer). “O turismo se resume, quase sempre, a uma viagem se sair do lugar, no seio das mesmas redundâncias de imagens e de comportamento”. (Guattari, pág. 8).
A atividade turística tem se desenvolvido de tal forma que os indivíduos escolhem o lugar que vão visitar por critérios, digamos, mais “universais”, que não incluem forçosamente a personalidade do lugar, seus aspectos peculiares e especiais, suas características ambientais mais fortes – com exceção do clima, que a todos interessa – tais como a vegetação, o relevo, a hidrografia, o povo do lugar e sua cultura, sua música, seus hábitos, seus hábitos, sua culinária. E, sem esse conhecimento, fica difícil respeitar.
Resgatar o interesse e o respeito nas localidades onde a implantação do turismo está muito avançada é tarefa árdua. Em geral, esses locais estão extremamente descaracterizados do ponto de vista natural e cultural. No entanto, são esses mesmos aspectos que compõem a própria matéria-prima do turismo, constituindo parte importante dos seus atrativos. Quando eles começam a se deteriorar, a atividade turística tende a